Enquanto esteve recolhido compulsoriamente para tratamento psiquiátrico, Lima Barreto escreveu duas obras pungentes sobre o protocolo médico dispensado aos ditos loucos, no começo do século 20
Enquanto esteve recolhido compulsoriamente para tratamento psiquiátrico, Lima Barreto escreveu duas obras pungentes sobre o protocolo médico dispensado aos ditos loucos, no começo do século 20
Um dos mais icônicos escritores da nossa literatura brasileira, Afonso Henriques de Lima Barreto, autor de O triste fim de Policarpo Quaresma, entre muitas outras obras de expressão, passou certo período de sua vida entre idas e vindas de internações psiquiátricas.
A primeira se deu em agosto de 1914. Recolhido pela polícia, como era de praxe na época, por conta do seu vício em álcool, Lima Barreto foi levado ao Hospital Nacional dos Alienados, no bairro da Urca, onde hoje se localiza a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Durante os quase dois meses em que passou sob observação, começou a escrever seus mais pungentes testemunhos do tratamento dado à loucura: Diário do hospício e Cemitério dos vivos. Naquele começo do século 20, as teses sobre hereditariedade e eugenia embasavam o protocolo destinado aos loucos.