História desse grupo de super-heróis mutantes permite traçar paralelo com questões relacionadas à orientação sexual e identidade de gênero e aos estigmas que marcam a população LGBTQIA+
História desse grupo de super-heróis mutantes permite traçar paralelo com questões relacionadas à orientação sexual e identidade de gênero e aos estigmas que marcam a população LGBTQIA+
FOTO: DIVULGAÇÃO
Os X-Men são um grupo formado por super-heróis mutantes liderados pelo poderoso telepata professor Charles Xavier. Nesse universo, mutantes são seres humanos que sofreram um salto evolucionário abrupto em sua genética e são portadores do gene X, que lhes confere habilidades sobre-humanas e, em alguns casos, modificações em sua aparência.
Diferentemente de outros super-heróis, que adquiriram seus poderes por meio de acidentes científicos e tecnológicos ou de forma mágica, os mutantes do universo de X-Men trazem esse fator de nascença. Isso é bastante simbólico e leva muitas pessoas e até pesquisas científicas a traçarem paralelos com a descoberta da orientação sexual e da identidade de gênero.
O primeiro paralelo com a descoberta da sexualidade é o fato de que, geralmente, é na puberdade que os mutantes descobrem seus poderes, ou seja, se descobrem diferentes das demais pessoas de seu convívio.
Você pode até achar que a descoberta de poderes seria algo incrível e desejável, mas, em um universo onde poderes não são socialmente aceitos e seus portadores são vistos como aberrações da natureza, isso se parece mais com uma maldição do que com um dom.
Em muitos casos, a genética dos mutantes não provoca nenhuma grande alteração física que seja visível para outras pessoas. Isso permite que eles escondam sua condição e omitam seus poderes, de modo a não sofrerem preconceitos e não correrem o risco de serem perseguidos ou até mortos.
Tal facilidade para se esconder não foi possível, por exemplo, para o jovem Warren Worthington III, que percebeu o nascimento de asas em suas costas. Em uma cena bastante impactante e simbólica de X-Men 3: o confronto final, Warren, ainda criança, se tranca no banheiro e corta as próprias asas para tentar esconder seu poder de seu próprio pai.
Essa cena e todos esses simbolismos ecoam fortemente nas pessoas que não nasceram heterossexuais e cisgêneras (isto é, pessoas que se identificam plenamente com seu sexo biológico de nascença) e vivenciam situações muito parecidas em suas vidas.
Mesmo hoje, são muitas as pessoas LGBTQIA+ que são expulsas de casa ainda jovens. Na rua, muitas delas não recebem outra oportunidade além da prostituição, principalmente as pessoas transexuais, que sofrem dificuldade extra para serem aceitas no mercado de trabalho.
Em X-Men, quem vivencia essa situação bem cedo são os Morlocks. O gene X desses mutantes conferiu a eles não apenas superpoderes, mas também uma aparência terrível. As deformações físicas que possuem são o que os fez fugir da vida em sociedade e se esconder no subterrâneo. As perseguições aos Morlocks culminaram em um massacre que dizimou o grupo e abalou profundamente os sobreviventes.
Ainda em X-Men 3, alguns anos após a tentativa frustrada do jovem Warren de cortar suas asas, a empresa farmacêutica de seu pai, Worthington Labs, anuncia a descoberta de um medicamento capaz de suprimir o gene X. Visto como uma ‘cura’ para os mutantes, o medicamento foi vislumbrado por alguns como uma oportunidade de se livrarem de todo o preconceito que sofriam, enquanto outros o enxergaram como uma tentativa de extermínio da raça mutante.
Em uma discussão na Escola Xavier para Jovens Superdotados (escola para adolescentes mutantes e base de treinamento do X-Men), Tempestade é enfática ao dizer: “não, professor, não podem nos curar […], porque não há nada a ser curado, não há nada de errado com nenhum de nós”.
Embora tenha deixado a lista de doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1990, a homossexualidade ainda é vista por muitos grupos como algo a ser curado, como uma patologia. E essa cena de X-Men faz uma alusão bastante direta à discussão sobre a suposta ‘cura gay’.
Uma das maneiras de oprimir e excluir um grupo é o estigmatizando, isto é, atribuindo a esse grupo uma marca negativa, um rótulo, que leve as pessoas a construírem uma imagem ruim sobre todo e qualquer indivíduo desse grupo antes mesmo de conhecê-lo.
Os mutantes carregam o estigma da maldade, do potencial destrutivo. Muitos acreditam que os mutantes devem ser exterminados por representarem uma ameaça para a população.
Na vida real, as pessoas LGBTQIA+ precisam lidar também com diversos estigmas. A essas pessoas atribuem-se características como promiscuidade, infidelidade, incapacidade de ter um relacionamento monogâmico e desejo sexual exacerbado. Esses estigmas, além de carregarem um cunho fortemente moralista, fazem crer que todas as pessoas LGBTQIA+ (e somente elas) possuem essas características, que são socialmente reprovadas.
Há também o estigma de que pessoas LGBTQIA+ são perigosas, porque ‘buscam destruir o conceito de família’ e podem levar a população à extinção, por não se reproduzirem. Sejam esses estigmas fruto da ignorância ou de desonestidade intelectual, eles são poderosos combustíveis para o preconceito e a violência.
Por fim, há ainda o estigma de que existem doenças exclusivas da população LGBTQIA+.
Foi em 1981 que se registrou pela primeira vez a doença denominada síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) e, em 1983, detectou-se o vírus responsável por ela, o HIV.
O vírus rapidamente se espalhou e vitimou anônimos e famosos. O fato de ser uma patologia sem cura e que fazia seus portadores definharem até a morte provocou terror na população.
A maior circulação do vírus entre grupos específicos levou as pessoas a acreditarem que essa era uma doença apenas de gays, prostitutas, hemofílicos e usuários de heroína (que é injetável). E, de fato, a Aids foi devastadora para essas populações. Não bastasse isso, o estigma da doença (que ganhou o apelido de ‘praga gay’) alimentou o preconceito e a exclusão, tornando os portadores do vírus HIV párias sociais, de quem não se podia sequer chegar perto.
A violência contra essas pessoas foi tão grande que hoje a legislação brasileira garante o sigilo médico sobre o diagnóstico de HIV. Nenhum médico tem o direito de revelar que um paciente seu é soropositivo, a não ser em casos extremos, em que o paciente comprovadamente exponha parceiras ou parceiros sexuais ao risco de contrair a doença.
E se pensávamos que estávamos livres desse processo de estigmatização por doenças, a recente varíola do macaco nos mostrou que aprendemos pouco com a trágica experiência da Aids.
No dia 27 de agosto de 2022, o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom, declarou que 98% dos casos da doença registrados até então estavam concentrados em homens que fazem sexo com homens e que o melhor a se fazer é reduzir o número de parceiros sexuais.
Essa declaração gerou reações muito diversas entre especialistas da saúde e da comunicação. O dado epidemiológico de que essa população vem sendo a mais afetada é importante, pois, a partir dele, podem ser traçadas estratégias para conter o avanço do vírus. Mas o que não se esperava (e que poderia ser previsto) era o efeito provocado por essa informação. O surgimento de um novo estigma de uma ‘doença gay’ pode ser tão ou mais devastador do que no passado, já que as informações se espalham em uma velocidade muito maior hoje. Por isso, muitos especialistas temem que esse cenário de estigmatização se agrave.
É preciso dizer que o fato de o vírus estar circulando majoritariamente entre determinado grupo não significa que ele não circule entre outros grupos. Além disso, da mesma forma que uma doença viral se inicia em um país e depois se espalha, o esperado é que, com o passar do tempo, a doença passe a atingir outros grupos também.
Nos filmes, os mutantes contam com a ajuda do professor Xavier, que dirige a Escola Xavier para Jovens Superdotados. Uma das atividades exercidas pela escola é receber jovens mutantes para treiná-los a controlar seus poderes e educá-los para utilizar essas habilidades de maneira ética, consciente e apenas quando totalmente necessário.
Nas instalações da escola, há uma poderosa máquina chamada ‘Cérebro’. Construído pelo professor Xavier, esse artefato é capaz de amplificar seus poderes de telepatia, permitindo que ele consiga identificar e localizar novos mutantes em todo o mundo. Assim, Xavier pode visitá-los para conversar com sua família, explicar que existem outros como eles e convidá-los a estudar na mansão com os demais.
No mundo real, existem formas de auxiliar essas populações vulneráveis. Embora ainda não suficientes, já são muitas as redes de proteção, grupos de apoio, centros de referência e organizações não governamentais que acolhem e orientam pessoas LGBTQIA+ e até auxiliam na sua inserção no mercado de trabalho. As comemorações do Dia Mundial do Orgulho LGBTQIA+ também são formas importantes de essas populações mostrarem ao mundo que existem, dizerem a outras pessoas LGBTQIA+ que elas não estão sozinhas, reivindicarem direitos ainda não alcançados e comemorarem as conquistas que já tiveram.
É verdade que a saga dos X-Men é capaz de sensibilizar as pessoas em relação ao preconceito. Mas, para além dos super-heróis da ficção, é importante lembrar que, no mundo real, há muitas pessoas que lutam diariamente pelo direito de viver e de poder ser quem são.
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