Por conseguirem ‘escapar’ da devastação humana, ‘ilhas terrestres’ no estado do Espírito Santo constituem um ambiente essencial para a sobrevivência das plantas epífitas das florestas que circundam esses ecossistemas
Por conseguirem ‘escapar’ da devastação humana, ‘ilhas terrestres’ no estado do Espírito Santo constituem um ambiente essencial para a sobrevivência das plantas epífitas das florestas que circundam esses ecossistemas
Embora costumemos associar ilhas a formações oceânicas, existem ambientes terrestres que compartilham características ecológicas semelhantes. No Brasil, no contexto do bioma da mata atlântica, um exemplo são os afloramentos rochosos (compostos de granito e gnaisse), que, atualmente, encontram-se cercados por plantações agrícolas, pastagens, áreas urbanas e remanescentes de vegetação nativa. Entretanto, em sua origem, esses afloramentos eram circundados pela exuberante floresta atlântica.
Essas ilhas terrestres, conhecidas como inselbergs (do alemão, ‘insel’, que significa ilha, e ‘berg’, montanha), são importantes ecossistemas, cujas condições ambientais severas – altas temperaturas, baixa disponibilidade de água e nutrientes, solos rasos ou ausentes – selecionaram uma vegetação que, em muitos casos, difere drasticamente daquela encontrada nas paisagens naturais do seu entorno.
Devido ao seu isolamento geográfico e ecológico, os inselbergs representam ótimos modelos para estudos evolutivos e ecológicos. Além disso, para muitas regiões, os inselbergs representam os ambientes mais preservados. Se fosse comparada a uma floresta, a vegetação de muitos inselbergs seria como uma ‘mata virgem’, pois eles preservaram, ao longo do tempo, sua flora original.
Por isso, os inselbergs da mata atlântica da região Sudeste do país são reconhecidos como um hotspot (ponto quente – local com grande biodiversidade) de diversidade de plantas, e sua flora vem sendo estudada por vários grupos de pesquisas do Brasil e do exterior.
A vegetação dos inselbergs está associada a diferentes tipos de hábitats, incluindo rochas nuas e expostas, com variados graus de inclinação, onde ocorrem plantas rupícolas – aquelas espécies adaptadas a viverem diretamente sobre as rochas. Além disso, existem depressões de diversos tamanhos e formas, onde ocorre acúmulo de uma fina camada de solo e detritos minerais, facilitando a ocorrência de vegetação herbácea e arbustiva.
Entre as espécies encontradas nessas áreas, estão bromélias, orquídeas, aráceas, cactos e quaresmeiras. Essa vegetação rupícola é altamente especializada e, em geral, muito diferente da flora encontrada nas áreas circundantes dos afloramentos, onde os solos são mais desenvolvidos e férteis.
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Lucas Sousa Brito
O texto destaca a importância dos afloramentos rochosos no Espírito Santo como refúgios ecológicos vitais para a preservação de plantas epífitas. Esses “afloramentos” funcionam como ilhas terrestres, protegendo a biodiversidade em um cenário amplamente transformado pela ação humana. Isso reforça a necessidade de conservar esses ecossistemas únicos dentro do bioma da Mata Atlântica.