No mundo existem por volta de 2.930 espécies de cobras ou serpentes. O Brasil abriga 321 delas – aproximadamente 10% do total –, das quais apenas 36 são peçonhentas. As serpentes peçonhentas brasileiras são divididas em duas famílias: Viperidae e Elapidae.
A família Viperidae é composta por cinco gêneros, sendo os mais conhecidos o gênero Bothrops, que inclui espécies como a jararaca, o urutu-cruzeiro e a jararacussu; o gênero Crotalus, ao qual pertence a cascavel; e o gênero Lachesis, cuja espécie mais conhecida é a surucucu-pico-de-jaca. Já a família Elapidae é composta por dois gêneros, Leptomicrurus e Micrurus, e as espécies de ambos são chamadas vulgarmente de corais verdadeiras.
A ocorrência de acidente ofídico está geralmente relacionada a fatores climáticos e ao aumento da atividade humana no campo. O pé e a perna das pessoas são os locais mais atingidos (71% dos casos), seguidos da mão e do antebraço (13% dos casos). Segundo a Coordenação Nacional de Controle de Zoonoses e Animais Peçonhentos (CNCZAP), 90,5% dos acidentes ofídicos são causados pelo gênero Bothrops, 7,7% pelo gênero Crotalus, 1,4% pelo gênero Lachesis e 0,4% pelo gênero Micrurus.
É bom lembrar que, caso uma pessoa seja picada por uma cobra, não se deve fazer torniquete, cortar ou furar a região da picada. A vítima deve ser mantida em repouso e levada com urgência para o atendimento médico.
Kathleen Fernandes Grego
Laboratório de Herpetologia,
Instituto Butantan (SP)