Está mesmo ocorrendo um aquecimento em todo o planeta?
Claudine Dereczynski
Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Claudine Dereczynski
Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro
A resposta é um sonoro ‘sim’.O aumento da temperatura na Terra está acontecendo em proporções maiores do que as esperadas para o final de um período interglacial, que é o que estamos vivendo. A taxa média natural de
aquecimento do planeta seria em torno de 10°C em 20 mil anos. Ou seja, um aumento de 0,05°C a cada 100 anos. Contudo, nos últimos 100 anos, a temperatura média global subiu em torno de 1,25°C, ou seja, 25 vezes mais do que seria considerado ‘natural’.
De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC – do inglês Intergovernmental Panelon Climate Change), a temperatura média na superfície do globo aumentou, aproximadamente, 0,72°C, entre 1951-2012.
Segundo o mesmo relatório do IPCC, de 2013,é extremamente provável (há 95% de chance) que a atividade humana tenha sido a maior responsável pelo aumento da temperatura média global, entre 1951 e 2010. Avalia-se que os humanos tenham provocado mais da metade da elevação média da temperatura nesse período.
De acordo com o documento, a influência humana foi detectada no aquecimento da atmosfera e do oceano, em mudanças no ciclo global da água, em reduções de neve e gelo, no aumento global do nível do mar e em mudanças em eventos climáticos extremos.
Kenneth Rochel de Camargo Jr.
Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro
A resposta curta é um sonoro ‘não’.
Essa desinformação começou por conta da publicação, em 1998, de um artigo na prestigiosa revista Lancet que apresentava doze casos de crianças autistas nas quais teria sido encontrado o vírus do sarampo em atividade em seus intestinos, o que levou seu autor, em entrevista (não no artigo), a afirmar essa relação. Já aí temos um problema; com esse número restrito de crianças, não seria possível fazer essa afirmação; a confirmação dessa relação dependeria de estudos populacionais envolvendo grande número de indivíduos, para que qualquer análise estatística pudesse apontar alguma correlação significativa. Só a título de exemplo, estudo realizado em 2014 sintetizando os achados de vários estudos, que em conjunto abarcaram mais de um milhão de crianças, mostraram que não há nenhuma relação entre vacinação e autismo.
Mas, voltando ao estudo de 1998, progressivamente foram sendo revelados diversos absurdos e violações éticas, incluindo conflito de interesse não declarado (o autor principal havia recebido cerca de meio milhão de libras de um escritório de advocacia interessado em acionar na justiça os fabricantes da vacina MMR), chegando-se à conclusão de que o artigo era fraudulento, o que levou a revista a providenciar sua retratação. A fraude foi de tal monta que o autor principal do tal artigo teve sua licença para praticar a medicina cassada no Reino Unido.
Os argumentos em defesa dessa ideia se baseiam simplesmente em uma suposta ‘epidemia’ de autismo, que não leva em conta dois fatos básicos: a definição de ‘autismo’ mudou e passou a incluir mais casos; e mais casos passaram a ser diagnosticados, até por conta da demanda por serviços especializados de saúde e educação.
Vacinas são uma das melhores ferramentas – senão a melhor –da saúde pública, com alta segurança e eficácia. Devemos evitar que falsas notícias comprometam a sua utilização.
Franklin Rumjanek
Instituto de Bioquímica Médica, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Os neandertais (Homo neanderthalensis) viveram na Europa há cerca de 350 mil anos e desapareceram há 30 mil anos. Os humanos modernos (Homo sapiens), provavelmente, surgiram no continente africano há
cerca de 300 mil anos e migraram para a Europa em ondas sucessivas. Entretanto, os humanos modernos não descendem dos neandertais, o que significa que houve entre as duas espécies um ancestral comum. Em razão da cronologia, é fato então que foram contemporâneos e, certamente, conviveram durante um tempo na mesma região.
Embora neandertais e H. sapiens sejam espécies diferentes, os antropólogos sempre se perguntaram se teria havido acasalamento entre eles. Com a tecnologia recente de sequenciamento de DNA, foi possível obter, em 2010, o genoma de diversos ossos sabidamente de neandertais– encontrados na Croácia, Rússia, Espanha e Alemanha –, o que permitiu aos pesquisadores reconhecer sequências típicas dessa espécie. A etapa seguinte foi buscar no DNA de humanos modernos as sequências de DNA dos neandertais. Se as duas espécies tivessem de fato cruzado, ocorreria o que se denomina de fluxo gênico, ou seja, transferência de material genético de um organismo para outro, via acasalamento. Isso foi confirmado!
Descobriu-se que o genoma dos humanos modernos contém, aproximadamente, entre 2% e 3% de DNA dos neandertais, prova de que não só os nossos ancestrais tiveram relações sexuais com os neandertais, como também de que o acasalamento entre as duas espécies gerou descendentes férteis. Estudo realizado por uma equipe internacional de pesquisadores, publicado na revista científica britânica Nature em fevereiro de 2016, mostra que a primeira relação sexual entre as duas espécies teria ocorrido há cerca 100 mil anos – 40 mil anos antes do que se acreditava.
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