De 2021 a 2030, o oceano ocupará lugar de destaque na agenda global. O período foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável – ou, simplesmente, a Década do Oceano. Por trás desse movimento está o entendimento de que o planeta e a humanidade têm uma forte dependência do oceano, bem como uma forte influência sobre ele. E ficou evidente que ainda sabemos menos do que o necessário para “termos o oceano que precisamos para o futuro que queremos”. E que futuro queremos?
Os caminhos para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram construídos ao longo das Conferências das Nações Unidas sobre meio ambiente desde a década de 1970 e, mais recentemente, pela Agenda 2030 da ONU. Ao todo, são 17 ODS, sendo o de número 14 denominado ‘vida na água’. Este objetivo explicitou algumas metas desejadas para o oceano considerando a grande tarefa de “conservar e promover o uso sustentável do oceano, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável”.
Mas qual é o oceano que precisamos? Um oceano limpo, saudável e resiliente, produtivo, previsível, seguro, transparente e inspirador e envolvente. E para conquistarmos tudo isso, precisamos de uma ciência interdisciplinar e de pessoas verdadeiramente engajadas. Espera-se que esses dez anos sejam uma oportunidade para preencher muitas lacunas de conhecimento ainda existentes sobre o oceano, as quais foram organizadas em 10 grandes desafios científicos.
O primeiro desafio pretende ‘combater a poluição’ e deverá envolver não apenas campanhas e movimentos para diminuir a geração de resíduos, como pesquisas sobre as origens dos poluentes e soluções possíveis para esse grande problema global. Essa é uma das formas de proteger o ambiente marinho e garantir que ele se mantenha saudável. Já o segundo desafio trata de ‘reduzir os impactos das atividades humanas e promover a conservação do oceano’, exigindo uma profunda transformação da nossa relação com o oceano.
Auxiliar na árdua tarefa de ‘alimentar o planeta’, que já conta com quase oito bilhões de pessoas, é o terceiro desafio. O oceano é enorme e a partir dele podemos ampliar a oferta de alimento por meio da pesca e do cultivo de organismos marinhos de maneira sustentável. Essas atividades compõem um conjunto de atividades chamadas ‘economia do mar’ que necessitam da ciência para serem realizadas. Esse é o quarto desafio, que considera várias oportunidades de atividades econômicas no oceano, desde a exploração de petróleo e minérios até as atividades de lazer e recreação.
O quinto desafio é ‘ampliar o conhecimento sobre a relação entre o oceano e o clima do planeta’, possibilitando, por exemplo, a previsão do clima e de eventos extremos, como tsunamis, furacões, chuvas e secas, com mais precisão. Dessa forma, conseguiremos nos adaptar melhor a essas mudanças que já estão em curso. Embora o oceano seja uma fonte de prosperidade, ele também traz riscos. Assim, um importante desafio é ‘combater os perigos do oceano para salvar vidas, propriedades e investimentos públicos e privados’.
Não é possível superar os desafios mencionados acima sem ‘ampliar a nossa capacidade de observar o oceano’, obtendo informações de suas mais variadas partes, da costa ao oceano aberto, da superfície às profundezas. Para isso, necessitamos de satélites, navios e equipamentos de operação remota, como drones, para superar esse sétimo desafio. Afinal, é impossível tomar decisões e corrigir rumos sem informações. Dentre essas informações, surge o expressivo oitavo desafio: ‘mapear o fundo do mar’. Embora conheçamos a superfície da Lua, de Marte e Mercúrio em detalhe, cerca de 85% do fundo oceânico permanece uma grande incógnita. Sem esse conhecimento, não temos como explorar suas riquezas e conhecer e preservar a biodiversidade marinha.
Como gerar dados somente não basta, surge o nono desafio, que é ‘compartilhar informações’ entre países e cientistas, considerando diferentes áreas do conhecimento, garantindo, sobretudo, que a sociedade tenha acesso a essas informações, por meio de linguagem adaptada ao público em geral e aos tomadores de decisão.
Por fim, o décimo desafio pretende ‘aproximar o oceano de você’ e tornar claro de quais formas o oceano influencia a sua vida e de quais formas as suas ações influenciam o oceano. Pretende-se que a sociedade considere o conhecimento sobre o ambiente marinho de forma crítica e se envolva na definição do seu futuro.
Cada um dos dez de desafios científicos para a Década do Oceano serão detalhados nesta coluna ao longo de 2021. Para já entrarmos no ritmo, convidamos você a saber mais sobre o ‘combate à poluição’, o primeiro desafio pelo futuro do oceano.
Alexander Turra, Monique Rached e Tássia Biazon
Cátedra UNESCO para a Sustentabilidade do Oceano
Universidade de São Paulo
A coluna Cultura Oceânica é uma parceria do Instituto Ciência Hoje com a Cátedra UNESCO para a Sustentabilidade do Oceano da Universidade de São Paulo.
A internet quântica promete desempenhar tarefas inimagináveis para a atual rede mundial de computadores. E isso graças a fenômenos muito estranhos, típicos do diminuto universo dos átomos e de suas partículas. Essa revolução já começou.
Professor titular da Escola de Comunicação da UFRJ e membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil, Marcos Dantas fala da importância de regular plataformas digitais como Facebook e Google, que usam os dados dos usuários do mundo todo para lucrar em seu país de origem, os Estados Unidos.
Bactérias, fungos e até vírus estão presentes em moradias, escolas, locais de trabalho e outras edificações, mas nem sempre são danosos à saúde. Esse é o chamado microbioma de ambientes construídos, que sofre influência dos nossos hábitos de vida e do grau de urbanização dos espaços.
Cada vez mais, a economia circular deve se voltar para o ambiente marinho, com o objetivo de ter um oceano limpo, saudável e resiliente, previsível, seguro, sustentável e produtivo, transparente e acessível, e conhecido e valorizado por todos, como recomendam as Nações Unidas.
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