CRÉDITO: FOTO ADOBE STOCK
A invasão da Ucrânia pela Rússia fez com que o mundo olhasse para as relações entre Estados-nação. Neste contexto, aprendemos mais sobre separatismos, identidade e a importância deles para a formação territorial de um país. Ao fundo, todos os noticiários passaram a falar da geopolítica, ou seja, da relação entre Estados soberanos.
O título da obra do geógrafo francês Yves Lacoste, A geografia, isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra, publicada em 1988, introduz a ideia de que a geografia, principalmente a geopolítica, é fundamental para entendermos conflitos armados de diferentes ordens.
Cabe então diferenciar a geografia política da geopolítica. De forma geral, podemos identificar a primeira como o campo de estudo das relações entre a política e o território, enquanto a geopolítica está preocupada com a relação entre Estados maiores, como definiu o cientista político sueco Johan Rudolf Kjellén (1864-1922).
Na realidade, a institucionalização da geografia política acompanhou a própria formação dos Estados e fronteiras como conhecemos atualmente. Para o geógrafo brasileiro Wanderley Messias da Costa (1950), este processo decorreu do contexto europeu na virada do século 19 para o século 20, com a emergência de grandes potências imperialistas. Assim, o campo passava a estudar a relação entre espaço e poder, através dos territórios.
Logo, para compreendermos a importância da geopolítica, remontamos ao expansionismo característico do imperialismo, que levou à partilha da África e à reorganização do poder entre nações, culminando no período de grandes guerras. O alemão Friedrich Ratzel (1844-1904), considerado o pai da geografia política e da geopolítica, foi um dos pensadores de maior influência no processo expansionista da Alemanha. Por isso, a geopolítica, e a própria geografia política, ficaram marcadas pelos horrores dos conflitos e, de certa forma, perderam o papel central nos debates geográficos.
Se por um lado o pós-Segunda Guerra Mundial marcou a geopolítica enquanto campo de estudos, a intensificação da globalização e dos aparatos técnicos jogou, nos últimos anos, o Estado-nação para o centro dos conflitos mundiais. Assim, contrariando a tese do cientista político estadunidense Francis Fukuyama sobre o fim da história e do próprio Estado, novos conflitos identitários, econômicos e até sanitários reavivam os debates sobre fronteiras, nações e nacionalismos.
Neste caso, é possível observar como o pertencimento dos diferentes grupos em relação ao território permeiam os interesses expansionistas de grandes potências até os dias atuais. Por isso, ao olhar o conflito entre Rússia e Ucrânia, podemos observar a importância da geopolítica enquanto campo de estudo centrado no Estado-nação.
Ao fundo, a relação entre o povo soberano e seu território, assim como a autonomia do Estado ucraniano fazem parte da lógica espacial que rodeia o conflito. Da mesma forma, a reação de outras potências e dos países vizinhos mostram como, no mundo globalizado, as relações geopolíticas se expandem para além dos conflitos bélicos, envolvendo relações econômicas e estratégicas, como no caso dos recursos naturais.
Os conflitos e as mudanças nas relações entre Estados que observamos com perplexidade reafirmam que a Geopolítica, focada no Estado-nação, ainda é central para compreendermos nosso mundo.
Tatiana Lemos dos S. Borges (convidada)
Departamento de Geografia
Instituto de Geociências
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Na primeira parte deste artigo, mostramos que elementos químicos podem entrar em risco de extinção. Nesta edição, tendo como cenário a invasão da Ucrânia, discutimos propriedades, aplicações e situação atual de vários desses elementos.
Para que nossos atletas tenham um futuro promissor, é preciso orientá-los sobre a ameaça do doping e protegê-los da tentação à violação das regras. Medidas educativas tomadas em outros países podem servir de exemplo para preparar e amparar os esportistas brasileiros
Estabelecer novos mecanismos para articular conhecimentos e processos tecnológicos complementares obtidos por diferentes instituições é o caminho para dinamizar a geração de soluções, produtos e serviços inovadores
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |