Entre aqueles engajados na garantia de um futuro sustentável, cresce um movimento de disseminação de informações sobre a cultura oceânica</strong
CRÉDITO: ADOBE STOCK
CRÉDITO: ADOBE STOCK
O ano de 2021 inaugurou a Década do Oceano e, a partir de agora, é tendência mundial que o ambiente marinho seja destaque em várias áreas. Grande parte desta movimentação se deve àqueles que zelam por um futuro sustentável. Graças a análises e monitoramento científicos é possível prever que, em longo prazo, um manejo do oceano de forma a suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações, resulte na produção de uma quantidade de alimento seis vezes maior do que a de hoje. Além disso, de acordo com estudos da Agência Internacional de Energia, a partir do oceano é viável gerar 40 vezes mais energia renovável do que dispomos atualmente.
É fato que o desenvolvimento da economia de modo geral, incluindo a geração de alimento e energia, tem um grande paralelo com a saúde do oceano. Essa relação é tão evidente que já se tem estimativas de investimentos consolidadas em soluções sustentáveis. Caso fossem investidos hoje 2,8 trilhões de dólares em quatro frentes diferentes – implementação de parques eólicos em alto mar, produção sustentável de alimentos de origem marinha, descarbonização do transporte marítimo internacional e conservação e restauração de manguezais –, teríamos um benefício em cadeia de 15,5 trilhões de dólares no futuro, até 2050, segundo o World Resources Institute (WRI).
Por outro lado, fica claro o problema crescente que a população mundial irá enfrentar caso não sejam tomadas medidas pela conservação do oceano. O custo na implementação de ações sustentáveis pode aumentar se as medidas para garantir a saúde do oceano demorarem a entrar em vigor. A restauração ambiental, por exemplo, depende de décadas para se tornar de fato efetiva. A produção sustentável de alimentos é outro tópico que demanda anos e inclui não apenas inovações no modo de produção, mas também depende de um amadurecimento social no sentido de evitar desperdícios e distribuir os recursos de forma mais igualitária.
Vale relembrar que o oceano possui grande resiliência, ou seja, uma habilidade intrínseca do meio ambiente em se autorregular. Cabe a nós, seres humanos, garantir que essa capacidade se mantenha. Em um passado relativamente recente, a sociedade acreditava ser impossível o acometimento de um impacto global no oceano. Depois, acreditou-se que o problema jamais seria resolvido por depender de muitos fatores. Agora, estamos nos organizando para unir forças e criar resoluções possíveis.
A cultura oceânica é fundamental no caminho da conservação do oceano. Em outras palavras, dependemos de ações conjuntas para efetivar as medidas de proteção no ambiente marinho, e, por mais que pareça contraditório, mesmo com uma enorme parcela da população vivendo próxima ao mar (cerca de 40% da população mundial habita regiões litorâneas), não se atribui um valor e uma importância proporcional a este ambiente.
Falta crescer no entendimento individual e coletivo a noção sobre as verdadeiras ‘dimensões’ do oceano, como compreender o nível de interação do oceano com o clima, a variedade de vias de impacto a este ambiente, a quantidade de ecossistemas diferentes que o oceano engloba, entre outras características que ainda carecem ser melhor definidas inclusive por especialistas.
Entre aqueles engajados na garantia de um futuro sustentável ao oceano e ao planeta, cresce uma cultura de disseminação de informação sobre este tema. Quem já tomou consciência sobre a relação entre as próprias ações e a saúde do oceano deve compartilhar essas informações, fortificando a cultura oceânica. Esta nova “moda” já está começando a apresentar resultados dentro dos currículos escolares, na internet, na arte e também na economia. É um movimento poderoso e necessário que pode ajudar a manter o planeta mais próximo da forma como nós o encontramos.
Monique Rached
Tássia Biazon
Alexander Turra
Instituto Oceanográfico
Universidade de São Paulo
*A coluna Cultura Oceânica é uma parceria do Instituto Ciência Hoje com a Cátedra UNESCO para a Sustentabilidade do Oceano da Universidade de São Paulo.
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