Já são 84 os representantes de Estado que confirmaram presença na Rio+20 – número que aos poucos dissipa o suspense inicial de quem temia quórum inexpressivo na próxima Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.
A expectativa do governo brasileiro é otimista: “Neste momento, a ONU processa solicitações de mais de 100 países que sinalizam interesse em participar”, garantiu o embaixador Laudemar Aguiar, secretário do Comitê Nacional para a Organização da Conferência Rio+20, na manhã desta quinta-feira (29/3).
“Organizadores do evento foram orientados a garantir mais reservas em hotéis da cidade, para ainda mais dirigentes de Estado que estão prestes a confirmar presença”, disse o embaixador sem, entretanto, citar nomes. “Por razões óbvias de segurança e diplomacia, ainda não estamos autorizados a revelar quem deverá comparecer”, explicou Aguiar.
Ele lembra, no entanto, que “confirmação de presença não é garantia de participação”. Afinal, imprevistos podem acontecer a qualquer momento. “Mas nossa avaliação do processo tem sido positiva”, disse.
Agenda: anote aí
Independente de quem vem ou não vem, o fato é que o cronograma da Rio+20 já está definido: será de 13 a 22 de junho.
Entre os dias 13 e 15, diplomatas se reunirão para acertar as últimas pendências em relação aos documentos preparatórios apresentados por cada país.
De 16 a 19, encontros da sociedade civil vão marcar presença em diversos espaços da capital carioca. Destaque para o evento do Conselho Internacional para a Ciência (ICSU, na sigla em inglês), que, independente da programação oficial, começará antes do evento. Será do dia 11 ao dia 15 e reunirá representantes de sociedades científicas do mundo todo.
E, finalmente, entre os dias 20 e 22, mandatários e representantes de Estado baterão o martelo nas reuniões de cúpula que definirão o esperado documento final da conferência.
Logística
Para o evento, o governo brasileiro espera cerca de 50 mil pessoas. Mas o número é incerto. “Pode dobrar, triplicar ou mesmo cair pela metade. Só saberemos em junho”, ponderou Aguiar.
Segundo o embaixador, logística não será o maior dos problemas, já que o Rio de Janeiro está habituado a receber eventos de grande porte.
O encontro de cúpula acontecerá no Riocentro. Já os demais eventos paralelos irão se espalhar pela cidade – Parque dos Atletas, Parque do Flamengo, Autódromo de Jacarepaguá, Quinta da Boa Vista e Píer Mauá. Alterações, porém, não estão descartadas.
Uma das críticas à Eco-92 foi a distância entre o evento oficial – no Riocentro – e os da sociedade civil – no Flamengo. “À época, foi uma distância tanto física quanto política”, comentou Aguiar. “Mas hoje, apesar de permanecer a distância física, temos as tecnologias digitais, que sem dúvida aproximam os encontros de forma bastante ágil.”
Henrique Kugler
Ciência Hoje/ RJ